Cantor foi criticado por defender contrato apenas com grupos tradicionais. Ele diz que foi mal compreendido, e que polêmica gerou debate saudável.
“Procuro pensar que as questões políticas são facilmente ultrapassadas”, disse em entrevista ao G1 na quarta-feira (22), quando questionado sobre a influência da política no São João do Nordeste.
César foi citado de forma sarcástica pelos apresentadores de Campina Grande antes do show da banda paraense Calypso, e seu nome sempre aparece nas discussões sobre a essência da festa junina na região – ele foi acusado de ter preconceito contra bandas de forró eletrônico e de não entender o que o povo gosta.
“O que coloquei, e que precisa ser compreendido, é que há uma lei estadual anterior à minha gestão que diz que o governo não pode pagar cachê a grupos que não têm relação com a tradição de São João. Não fui eu que inventei isso”, disse.
Nosso trabalho é dar visibilidade a quem não tem mercado”
Chico César
Discussão saudável
César diz que a polêmica em torno de suas declarações surgiu por reações de pessoas ligadas ao mercado e com relação com segmentos do setor público, que “estavam acostumadas com as benesses”, disse.
Segundo ele sua fala foi distorcida, mas mesmo assim gerou uma discussão que diz achar saudável. “O São João da Paraíba ficou melhor e mais quente. A discussão cresceu e se espalhou pelo Brasil, forçando uma reflexão interessante. Algumas pessoas confundem cultura e entretenimento, e a cultura do entretenimento não pode ser a única a sobreviver”, disse.
Ele alega que a polêmica não atrapalhou sua atuação como cantor, que mantém paralela ao trabalho político. “Não quero indisposição. Se algum colega se sentiu ofendido, estendo a mão em gesto de fraternidade”.
G1