As  emissoras de rádio AM e FM que atuam no Estado terão de destinar 10% da  grade musical de cada programa à divulgação de trabalhos e obras de  músicos e compositores paraibanos. A autoria da iniciativa – Lei nº  9.650, de 29 de dezembro de 2011 – é do deputado Anísio Maia (PT), foi  sancionada pelo governador Ricardo Coutinho e publicada na edição do Diário Oficial  no dia seguinte (30), devendo entrar em vigor no prazo de 60 dias. A  medida repercutiu favoravelmente no meio artístico. “Foi uma decisão  acertada”, disse, por exemplo, a superintendente da Tabajara, Maria  Eduarda (Duda) Santos. “É importante para divulgar e promover o  artista”, afirmou a presidente da Associação das Emissoras de  Radiodifusão da Paraíba (Asserp), Marilana Mota, enquanto para o  instrumentista Sandoval Moreno “é fantástica e excelente”, prevendo  maior valorização da classe do músico. Já a cantora Maria Juliana  considerou “uma boa idéia”, com a perspectiva de ampliar o espaço de  divulgação, inclusive dos artistas surgidos principalmente nas duas  últimas décadas. Ao elogiar o ato de sanção da lei, a  superintendente da Rádio Tabajara, Maria Eduarda, disse que “o  governador Ricardo Coutinho está pensando em valorizar a nossa cultura”.  Duda lembrou que a iniciativa também vai ao encontro do papel que a  emissora oficial do Governo da Paraíba vem desempenhando desde que ela  assumiu o cargo, de tocar a música paraibana, destinando – inclusive –  um espaço acima dos 10% na grade, dentro da proposta do slogan “O som do  novo tempo”. Nesse sentido, informou que a FM 105.5 dedica entre 20% a  25% da programação para tocar música paraibana, enquanto na AM 1110 o  índice chega a cerca de 20%.
 “O artista da terra tem prioridade e  sempre o espaço nesta casa, que é a casa da nossa cultura. O músico da  terra, caso tenha gravado em uma grande gravadora, ou não, se tiver  qualidade, o trabalho será divulgado”, afirmou Maria Eduarda,  referindo-se à Tabajara, salientando que a nova lei contribuirá ainda  mais para a valorização da música paraibana.
 A mesma linha de raciocínio da  valorização do músico paraibano também foi seguida pela presidente da  Associação das Emissoras de Radiodifusão da Paraíba (Asserp), Marilana  Mota. “A lei é importante porque incentiva, divulga e promove a música  paraibana. A iniciativa deve ampliar a divulgação do trabalho dos novos  músicos, que ainda precisam de espaço para que suas músicas sejam  tocadas. Agora, é necessário que as rádios se disponham a cumprir essa  medida”, declarou ela.
 O instrumentista Sandoval Moreno  também prevê que a nova lei – a qual, a propósito, inclui trabalhos e  obras musicais de qualquer gênero, de músicos, cantores/as e/ou  compositores nascidos/as e/ou radicados/as na Paraíba – propiciará mais  valorização para o trabalho do músico paraibano. “Só atitudes como esta  valorizam mais a classe do músico”, prosseguiu ele, para quem “o artista  ficará mais em evidência”. Outro efeito que esse trombonista espera é o  de que haja o lançamento, pelos órgãos públicos, de mais editais de  fomento à música paraibana.
 Já na opinião da cantora e  compositora Maria Juliana, “a iniciativa é legal e muito boa, porque  deverá possibilitar a chance não apenas da divulgação dos músicos  paraibanos já de renome nacional, mas de ser um espaço para que o  trabalho dos artistas mais novos, principalmente os que apareceram a  partir dos anos 1990 para cá, seja tocado nas rádios”. Ela acrescentou  que, no momento, muitas emissoras têm divulgado mais as músicas de  artistas já consagrados nacionalmente.
 “Apesar de estarem aparecendo vários  cantores paraibanos por meio da Internet, You Tube e My Space, nem  todos têm acesso a esses meios digitais para conhecer o trabalho que  está sendo produzido no Estado. Por isso, acho que a medida é mais  democrática, pois as músicas vão ser ouvidas pelo cidadão que não têm  acesso aquelas ferramentas digitais”, concluiu Maria Juliana.
A União carderno Palco