Em um discurso forte nesta segunda-feira (23), durante a 19ª
Conferência Internacional sobre a Aids, em Washington (EUA), Elton John
impressionou o público ao lembrar seu vício em drogas, a prática de sexo
sem proteção e que, por conta disso, não deveria estar vivo hoje.
"Eu devia estar morto, sete palmos debaixo da terra num caixão de
madeira", disse ele. "Eu devia ter contraído HIV nos anos 1980 e morrido
nos 1990, assim como (o vocalista do Queen) Freddie Mercury, como (o
ator) Rock Hudson. Todo dia me pergunto, 'como sobrevivi?'."
O cantor britânico confessou que sua vida era uma "bagunça", estava "no
fundo do poço" e por pouco não morreu. Disse, no entanto, ter tido
sorte: contou que está sóbrio há 22 anos e que foi resgatado do vício
pela família e pessoas que se importavam com ele.
Realizada nos EUA pela primeira vez desde 1990, a Conferência
Internacional sobre a Aids reúne a cada dois anos os maiores
especialistas do mundo sobre a doença.
Em seu pronunciamento, Elton John – que lidera esta semana a parada
britânica pela primeira vez em 22 anos – também condenou a discriminação
que existe ainda hoje contra os homossexuais. Segundo ele, a vergonha e
o estigma estão "matando as pessoas em todo o mundo agora mesmo".
"Há algumas pessoas que olham os doentes e buscam razões para
culpá-las", afirmou. "Precisamos é de mais amor para os que estão
vivos."
Com IG