"Ele nos fez entender que somos africanos. Nós não sabíamos. Há quem ainda não saiba o que é isso", disse ao G1
Flatha Khumalo, que nasceu no Zimbábue e hoje vive em Johanesburgo,
onde trabalha como empregada doméstica na casa de uma família. "Estou na
África do Sul por causa de Mandela, porque ele assim permitiu. No meu
país não tinha emprego e consegui emigrar. Sempre acompanhei sua
história, a África toda acompanhou."
A alguns passos da casa, uma
roda se abre de vez em quando com pessoas cantando e dançando músicas
regionais. O nome de Mandela é entoado com alegria, apesar do clima de
despedida. "No começo a gente ficou triste, mas agora estamos
celebrando o fato de que ele existiu", disse a policial Nonzwakazi
Tsoanyane, que cantava discretamente perto do grupo. Ela conta que faz a
ronda na porta da casa de Mandela desde 2009, e acompanhou toda a
movimentação desde que o líder começou a ficar doente, em 2011. "Ele
nunca passou sem dar um oi. Nunca".
"Ele nos fez olhar por cima da
lente das cores", disse a enfermeira Thuso Mogasi, de 44 anos. "O que
mudou na minha vida com Mandela basicamente é que hoje posso me
expressar como eu sou", disse ela. Secom/JP